Sinto-me triste.

Uma tristeza que irá passar mas que neste momento prevalece nos meus pensamentos...

Hoje ligaram-me a dizer que teria uma hipótese de trabalho numa confeitaria. Fiquei toda contente, o dinheiro iria fazer-me muito jeito pois este ano com a história da faculdade sei que vou precisar de tudo o que conseguir arranjar para ter um dinheirinho extra. 

Apressei-me em tentar falar com o meu pessoal do estágio da escola para conseguir conciliar horários caso ficasse com o trabalho e eles compreenderam perfeitamente...


Saí mais cedo para ir ao local saber de mais informações e se poderia, então, ficar ou não com o lugar... O que aconteceu depois nem eu sei explicar direito...

Não foram mais de 5/7 minutos de conversa, mas os suficientes para que ficasse a repensar na situação.

Bem, chegamos e pedimos para falar com o responsável (que pelos vistos não estava), logo ali senti um olhar desagradável, uma situação constrangedora. Passou... Continuamos a falar e ele logo perguntou quem estaria então disponível para o lugar (eu não estava sozinha), ao qual respondi que era eu (mais uma vez, um daqueles olhares de cima a baixo) e ele perguntou que idade tinha etc e logo começou a dizer que para o trabalho era preciso alguém que o conseguisse fazer, "que aguentasse", que tivesse qualificações... Ficamos reticentes (tinham-nos dito que não era preciso experiência etc) e perguntamos se o trabalho não era para empregada de mesa (porque haveria de precisar de aguentar, a nível de estofo ou seja força para andar a servir a mesa e lavar uns copos? atenção não que seja algo totalmente fácil e menos cansativo mas acho nada que uma jovem de 18 anos não conseguisse aguentar). Ele logo disse que não, que era para "limpezas e quero que me limpem aquilo direito". Ok... meio ano depois diz que é para limpezas. Ficamos com cara de pau a olhar para o homem e agradecemos.

Vim embora a pensar naquilo.

O problema não teria sido ficar sem o lugar, era totalmente normal tinha de estar preparada para as duas situações possíveis. Mas sim os olhares que recebi ao longo de toda a conversa.

Não sei se por preconceito ou por ser o jeito da pessoa ou até se eu é que vi mal a situação, de qualquer das formas, o que senti foi que o que ele viu quando olhou para mim não lhe agradou e meio que andou ali às voltas para me despachar.

Magoou-me um pouco. A minha auto-estima não anda nos seus melhores dias e situações como estas deitam-me facilmente abaixo. But we keep going, né?

Se realmente estava a precisar de uma funcionária para servir as mesas acredito que não seja o primeiro a negar algumas pessoas por causa da aparência, acreditem ou não isso é muito frequente.. Seja por ser gordo, magro, alto, baixo, cabelo roxo ou loiro, só ficaram a perder.

Se por outro lado a história que estava a contar seja verdade, espero que aprenda a ver as pessoas com outra cara ou que pelo menos consiga disfarçar melhor.

No fim, perdi eu o meu tempo e uma oportunidade de ganhar uns trocos. Mas sinceramente, prefiro do que a trabalhar com pessoas assim.

(Este tipo de histórias remete-me diretamente para o facto de raramente ver pessoas gordas ou de pele escura, ou até de cabelo e estilo diferente a trabalhar em lojas de roupa, por exemplo. Século XXI amigos, vamos avançar com essa mentalidade por favor.)

Desculpem o desabafo, mas teve de ser.